Gozado que circunstancialmente a nossa vida é dotada de muitas peculariedades, porém, não sei se por ignorância, preguiça, ou outro particular qualquer nos veda de gozar os bons momentos, os quais são sem dúvida alguma o combustível que nos alimentar para prosseguir na luta do cotidiano. Digo isto porque, existe coisa melhor do que uma cervejinha para amenizar o cansaço e as perturbações da semana que passou. Creio que não. No entanto, sabemos que existem mil outras maneiras de massagear o espírito e a mente. E, a mim me parece que uma das coisas mais deliciosas e saudáveis no que diz sobre saúde mental, é quando você encontra algum amigo da infância de bom papo e, que gosta e lembra-se dos momentos felizes, dos bons tempos de antigamente. Em vista disso, dia destes, para a minha maior alegria, é que tive uma agradável surpresa, encontrei um amigo de infância que há pelo menos uns vinte e poucos anos não o via e, imaginem só quantas coisas interessantes tínhamos para conversar. Na verdade, foi uma grande troca de figurinhas, aproveitei demais aquele encontro lindo e, a propósito até estou usando os termos da época, para ilustrar a nossa deliciosa conversa. O encontro foi tão prazeroso que só estava faltando à gente colocar na vitrola um disco do saudoso Francisco Petrônio para ficar completa à hora das saudades. Neste vai e vem de gostosas gargalhadas, havia também alguns momentos de tristezas, quando nos lembrávamos dos amigos que já foram morar com Deus. Sobre esse assunto a coisa pegava um pouco, pois já foram muitos amigos, os quais tiveram marcantes presenças em nossas vidas, só nos restou à disponibilidade das orações e do agradecimento pela amizade. Inclusive, por oportuno, estava ali dentro de meu carro, uma fotografia daquele tempo e, peguei para mostrar a ele, pois, coincidentemente, o referido também estava na foto. E, ao vermos aquela foto de time de futebol dos anos sessenta, chegamos a lagrimejar os olhos, haja vista, que num time de onze, sete amigos já tinham ido para o céu. E, durante este momento triste, resolvemos, é claro, mudar de assunto. Partimos para lembrar a escola primária e, começamos a falar sobre os estudos, a nossa convivência no grupo escolar e, lembramos com orgulho e satisfação do quanto à gente estava na frente do pessoal de hoje, em termos de estudo. E, sem nenhum exagero, cremos que as nossas condições de aprendizado eram de um nível acima do esperado e, bem superior do de hoje. Longe de querer exagerar, porém, o nosso aprendizado no primário era, com certeza, melhor do que o colegial de atualmente, tal era o grau de conhecimento disponibilizado nos programas de ensino daquela época. E, pode até parecer lorota, digo, mentira, porém, o mais importante de tudo isso é que aquele ensino pertencia à rede pública, portanto, não era de escola particular. De repente, com muita propriedade o meu amigo pousou seu olhar no passado e no presente, e disse: “sabe Nei, com toda a certeza do mundo, se os “iluminados” do sistema educacional, tivessem mantido o mesmo esquema de ensino, com disciplinas bem equacionadas, professores qualificados, bem pagos e estruturas adequadas, garanto a você que o Brasil seria sem sombra de dúvida um país de primeiro mundo, pois a educação é o alicerce básico do desenvolvimento”. E, é óbvio que hoje não estaríamos lamentando e comentando sobre a total falta de educação que está esparramada por aí. Tais como, desrespeito com os mais velhos, cidade suja pelo desleixo de muitos, bueiros entupidos, desmatamentos indiscriminados, desrespeito no trânsito, poluição dos rios e sonora, desfaçatez política, enfim não vamos enumerar todos os desmandos, pois, sabemos quais são as suas origens. Podemos recuperar, é lógico que sim, porém, a batalha será muito árdua e levaremos muitos e muitos anos para conseguir. Lamentavelmente, temos esse registro negro na nossa história e, o correto para começar a melhorar seria dar aos jovens cidadãos, condições curriculares para conhecer o funcionamento da república. Ou seja, reintroduzir no ensino, matéria do tipo Educação Moral e Cívica, onde seriam demonstrados, na legalidade, os valores morais e cívicos. E, como conseqüência natural se aprenderia sobre os papéis do Presidente da República, Governador de Estado, Prefeitos e legislativos, principalmente sobre os vereadores, só assim então se começaria a vislumbrar a luzinha acesa no fim do túnel. Não obstante a tudo isso, o mal maior é que sempre estamos sujeitos aos acidentes de percurso, pois, invariavelmente, durante as realizações de projetos importantes, surgem os “iluminados” de plantão, que alteram os resultados, não sabemos se por ignorância ou por conveniência, aliás, a segunda opção nos reflete melhor as intenções. E, que Deus mais uma vez tenha piedade de nós. Amém.