Mimar demais estraga

Dizem os estudiosos das áreas de humanas, que quando há um excesso de carinho e atenção, mais tarde, as conseqüências serão desastrosas. Uma vez que neste tipo de comportamento, principalmente, com crianças em tenra idade, vai haver malefícios para ambas as partes. Sendo que as partes afagadoras, compreendidas entre pais, avós, tios e, outros mais semelhantes, na maioria das vezes praticam os excessivos tratos, considerando a princípio que se não o fizerem ficam temerosos de não serem amados pelos respectivos afagados. Como na vida vale mais o que se pratica diariamente nos mais variados locais, principalmente no lar, então, é de se convir que em cada família, observa-se determinados costumes, os quais servem de base para a criação da prole. Todavia, não se sabe por que de há aproximadamente umas três décadas para cá, houve uma mudança radical na educação dos filhos, infelizmente, para pior. Digo isso, aliás, como muito pesar, haja vista que me encruo neste contexto, tanto é verdade, que tenho netos e, vejo que poderia ser melhor, porém, é como diz o velho chavão sempre usado nestas oportunidades, a saber: “Olha avô, os tempos são outros temos que dar mais liberdades, deixar as crianças a vontade, a fim de que extrapolem suas vontades e independências”. Eu, especialmente, não tenho procuração de ninguém para falar em seus nomes, porém, creio que é neste particular que reside às falhas da educação atual. Pois, ao invés de procurar praticar um processo educativo com normas disciplinadoras e respeitosas, onde os semelhantes, pais, avós, tios, pessoas mais velhas e, outras mais que estejam ao redor, sejam vistas e respeitadas. Vemos, freqüentemente, ao contrário, ou seja, há uma avalanche de carinhos, perdões, mesmo naquelas atitudes inconseqüentes praticadas, a fim de tentar acalmar a ira daquela criatura em processo de criação e aprendizagem. E, como já citado o excesso de mimo ali concentrado, futuramente dará, com certeza, frutos bichados. Isto posto, é bem visível hoje o comportamento inadequado da maioria das crianças, em relação a quase tudo, principalmente nas escolas. E, nestes tempos piorou muito mais o comportamento, pois, tiveram e, estão tendo o reforço de uma grande aliada que é a internet, tanto é verdade, de que hoje é possível que não exista nenhuma criança que não possua o famosíssimo celular. Os quais os usam pelo menos vinte cinco horas por dia, até dormindo fazem alguns e, isso acontece até em lugares impróprios, em escolas, por exemplo. E, acreditamos que isso seja fruto de uma má formação básica, pois, existem atitudes que vemos a toda hora, que nos dá a nítida impressão que os adolescentes se acham livres por completo e, que o mundo foi feito exclusivamente para eles sem barreiras e sem nenhum tipo de impedimento. A propósito, me lembrei de um lance prático que poderá, certamente, exemplificar o nosso texto, que diz: que quando alguém planta uma mudinha de árvore e, em muitas espécies delas existe a necessidade de se colocar uma guia para dirigir o seu crescimento de maneira ordenada. Assim, coloca enfiado na terra acompanhando o caule da mesma, uma vareta reta que pode ser de bambu, para que ela não cresça com liberdade e, não fique a vontade e daí tome rumos tortos que vão mais tarde possibilitar o sacrifício total da árvore, ou de alguns galhos rebeldes, na maioria dos casos não tem conserto. Independente disso tudo, apenas no intuito de espelhar e clarear melhor o texto, embora, muitos não gostem que se tragam aos assuntos de agora, situações ocorridas no passado como comparação. Mas, peço mil desculpas aos meus queridos leitores, porém, me vejo obrigado neste momento fazer um vídeo tape do passado para tentar reproduzir situações úteis com relação à educação infantil. Lembro-me que nos meus tempos escolares, a educação familiar andava em perfeita harmonia com a educação escolar, pois, imperava na época um respeito mútuo entre as duas. Considerando que as professoras tinham uma ascendência muito grande nos seus alunos e, isso era um dos motivos das mães pegarem carona nesta metodologia simples de resultados magníficos. Isto porque havia respeito e hierarquia e, para tanto eram dispensados sem muitas delongas os excessos, porém, os carinhos e afagos existiam, no entanto, eram normais. É como se os educadores de antes, pais, avós, tios e, outros, tivessem como preocupação principal plantar nos pequerruchos a famosa varinha de bambu, como guia na certeza de um futuro distinto e correto. Em vista disso, diletos leitores, pode-se mimar a vontade, pois, tal atitude é uma delícia, tanto para quem faz, como para quem recebe, porém, nunca se deve esquecer que os excessos estragam.