Outro dia em papo informal com um amigo, começamos a tecer comentários sobre como as pessoas são antes e depois. Bom, creio eu que todos estão pensando, antes e depois do que? é justo, pois, podemos ser melhores ou piores, tudo depende da atuação nas duas situações. Para começar é fácil notar que temos em vários setores da sociedade atendimentos os mais diversos possíveis e, são nesses contatos, que destacamos aqueles que atendem e, aqueles que são atendidos. No nosso papo, era exatamente disso que falávamos, pois, uma pessoa que há tão pouco tempo, estava em situação de inferioridade e, por que não dizer de necessidade, de repente, arruma um emprego, de atendimento público num hospital, num consultório médico, num banco. E, não sabemos por que “cargas d’água” elas se transformam como se fosse num toque de mágica, ou seja, tornam-se soberbas, arrogantes, vingativas e, outras atitudes mais que não somam, só dividem. O que queremos dizer é que o atendente é pessoa nossa, reside no nosso meio, foi parceiro ou parceira em muitas aventuras e desventuras, nos conhece bem, inclusive conhece os nossos também. E, a gente fica sem entender, porque mudar o jeito de ser, aliás, para pior, quando em passado não muito distante éramos todos amigos. E, agora em outro ambiente tornam-se outras pessoas, esquecem os amigos de outrora, não os conhecem quando se encontram na área profissional. Inclusive, não sabemos se por receio, se por cretinice mesmo, nos tratam com uma frieza, como se nos estivessem sinalização que a distância que nos une é agora um pouquinho mais distante. Diante desta postura, tornamos a perguntar, “por que”? Imaginem que diante desta constatação chegamos até a pensar que poderia ser por vingança. Ou seja, É como se estivessem falando para a gente, olha estivemos aí deste lado e, passamos muitos dissabores, muitas angústias, muitas decepções. Agora que conseguimos uma colocação melhor, queremos que vocês todos sofram também ou, até mais, para compensar as tristezas que passamos. E, oportuno, é bom lembrá-los que também estamos providenciando outro canto para morar, queremos ficar definitivamente longe de vocês todos. Hei, queridos leitores, esperem um momento, acho que estamos exagerando muito neste assunto, pois, será que é possível que realmente as coisas estejam acontecendo desta maneira! Nossa, é muito assustador, pois, onde serão que andam as amizades, as alegrias, os sentimentos mais nobres, referentes às pessoas, foram todos embora, não dá para acreditar. Infelizmente, neste aspecto que estávamos conversando, há muito disso, pessoas levianas que com as atitudes mesquinhas colocam em dificuldades outras, para apenas massagear os seus egos ignorantes. Todavia, tal gesto de insensatez provoca feridas, as vezes, profundas em outras, apenas para se vangloriar, embora tão idiota é o gesto que as mesmas não sabem exatamente do que se está se satisfazendo. E, aproveitando da oportunidade apresentamos uma pequena passagem, contada por autor desconhecido, que certamente vai nos ajudar a compreender como as coisas acontecem para determinadas pessoas que só vêm o lado conveniente das coisas, a saber: “Um jovem, por questões de mudanças de comportamentos, atitudes e, cheio de incertezas, pediu ajuda a um rabino para orientá-lo a dar um novo norte em sua vida. O rabino, carinhosamente, inclusive, com interesse muito grande em proporcionar algo de bom para aquela alma flagelada que procurava ajuda, pegou levemente em seu braço e o conduziu até uma janela comum. De lá, com a mão no ombro do jovem o rabino perguntou-lhe, o que você vê através dos vidros? Respondeu o garoto, vejo homens passando nas calçadas e, um cego pedindo esmola na rua. E, aí o rabino o conduziu para outra parte da casa e, mostrou-lhe em enorme espelho. E, agora o que vês? Vejo a mim mesmo. E, já não vês os outros, perguntou-lhe o rabino? Repare, disse o rabino, que a janela e o espelho, ambos são feitos de vidro. Mas no espelho, como há uma fina camada de prata, nele enxergas apenas a ti mesmo. Deves comparar-te a estas duas espécies de vidro. Pobre, prestas atenção aos outros e tens compaixão por eles. Coberto de prata, rico só consegues admirar teu próprio reflexo.” Infelizmente, é um realidade cristalina, haja vista, que quando estamos caindo sempre estendemos a mão para que alguém que só olha o vidro nu da janela, possa nos estender a mão, caso contrário, se o nosso pedido estiver sendo apenas ouvido por aqueles que estão se olhando no espelho, fatalmente, já éramos, jamais seremos salvos. Só para variar desta vez, vamos deixar uma pergunta, para fazermos uma reflexão semanal, como segue: “será possível que nas mudanças que acontecem durante o antes e depois, é difícil levar junto às virtudes, ou aí fala mais alto o egoísmo, de que; “cada um para si e Deus para todos”. E, em alguns casos mais drásticos, o ditado é até deformado e, fica assim: “cada um para si e Deus somente para mim”. Tchau.