A quaresma no decorrer dos tempos

A quaresma não sabe dizer se devido a nossa formação primeira, considerando a miscigenação de raças com destaque maior aos índios, negros africanos e aos portugueses, ganhamos como herança, que nos acompanhou fortemente por longos e longos períodos, a superstição. A qual também foi incorporada em várias situações da cultura brasileira, com intuitos diversos, ou seja, um deles para amedrontar a população, principalmente crianças e adolescentes, pretendendo mantê-los mais perto possível de casa. Em vista disso, aproveitando a religiosidade dos jesuítas, foi-se infundindo nos conhecimentos da população vários mitos que principalmente nestes quarentas dias da quaresma, povoavam os lugarejos com suas aparições. Acontece que a estória fez criar os lobisomens da vida, os sacis pererês, a mula sem cabeça e etc. Os tempos foram se passando e, os horizontes foram se abrindo mais, permitindo uma melhor visão, aliás, nos tempos de hoje todas essas figuras ridículas sumiram do cenário, uma vez que com a modernização e, com o esvaziamento da população nas zonas rurais, tais crendices não tiveram outra opção senão desaparecerem. Todavia, desconsiderando estas bobagens todas que permaneceram por longo tempo na cultura brasileira, hoje apenas existem nos livros famosos do escritor também não menos famoso Monteiro Lobato. Afora estas superstições todas, não podemos deixar de narrar com precisão milimétrica à parte mais humana e religiosa dos aspectos primordiais da Quaresma. Em sendo assim podemos apresentar com mais detalhes a história e os complementos singulares deste assunto, a saber: A quarta feira de cinzas representa o primeiro dia da Quaresma no calendário gregoriano, podendo também ser designada por Dia das Cinzas. Na quarta feira de Cinzas e na sexta feira santa a Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem o jejum e a não comerem carne. Esta tradição já existe há alguns séculos e, tem como propósito fazer com que os fiéis tomem parte dos sacrifícios de Jesus. Assim, como Jesus foi sacrificado na cruz. Por conseguinte, àquele que crê também pode fazer um sacrifício, no caso, abstendo-se de uma coisa que gosta, ou seja, a carne. Todavia, em vista da dinâmica da Igreja Católica, no acompanhamento da evolução dos costumes e, pressentindo a necessidade dos fiéis se abastecerem da sede que têm de Deus, algo sempre tem que ser feito, a fim de motivar cada vez mais o fogo santo da fé. E, para reforçar ainda mais o tema proposto, temos a felicidade de ter no reinado do papado atual, a respeitosa figura mundialmente conhecida de Sua Santidade, o Papa, Francisco. Privilegiado de seus lúcidos conhecimentos da situação universal como um todo, vem a cada dia através da mídia internacional, mostrar para os olhos do mundo a grandeza de Deus e, a pequenez de todos nós. Embora, em muitos momentos não reconhecidos, porém, o papa com seu carisma e simplicidade tem conseguido arrebanhar milhares de cristãos, através de suas colocações coerentes e, também pela sua postura inconfundível de homem simples, independente de ser portador de grande autoridade que representa. Diante disso, ele, o papa, agora em aparição recente por ocasião da abertura da Quaresma, fez as seguintes observações de como devemos vivenciar este momento cristão, com analogia ao Jejum, sem comprometer o já pré-estabelecido pela tradição e costumes anteriormente estabelecidos. Desta forma, é de gosto do Santo Padre, que vivamos esta Quaresma com os olhos mais focados nos nossos semelhantes, sentindo isso, o papa num gesto de pura generosidade, aliás, o que lhe é muito peculiar, nos fornece para vivência desta Quaresma algumas pistas, a saber: 1º Jejuar de palavras negativas e, dizer palavras bondosas; 2º Jejuar de descontentamento e, encher-se de gratidão; 3º Jejuar de raiva e, encher-se de mansidão e paciência; 4º Jejuar de pessimismo e, encher-se de esperança e otimismo. Considerando estas máximas sobre o jejum quaresmal, pode-se pensar que o que Deus realmente quer, é a união e o bem viver de todos num grande abraço da paz. Vivamos, portanto, a quaresma que é tempo de conversão, interiorizando-nos na busca do melhor para os olhos de Deus. Amém.