Quando começamos a fazer reflexões sobre a vida, dependendo da profundidade que queremos especular, podemos encontrar milhares de exemplos que faz a gente ficar pensando: afinal de contas, quem somos? Podemos citar como exemplos muitos casos, porém, alguns apenas seriam suficientes para dar dimensionar o quanto extrapolamos, ou por livre espontânea vontade, ou, por contingências de formação, onde na maioria das vezes somos o que não queríamos. Todavia, por demanda familiar acabamos fazendo aquilo que a mamãe quer ou que o papai também. No campo profissional, existem muitos profissionais que não desenvolvem suas atividades qualificadoras a contendo. Pois, em muitos casos, temos a nítida impressão que estão fazendo aquilo totalmente contrariado. Podemos citar de que cada vez que encontramos no mercado algum profissional que não atende dentro das condições mínimas das quais se qualificou. Neste caso, sobressai a decepção naquele que está exercendo algum trabalho que foge completamente de seu perfil. Uma vez que fora influenciado por terceiros na escolha de seu futuro, sem discutir com o próprio se era ou não aquilo que queria para si. Conseqüentemente, arruinando, literalmente o venturoso futuro, que poderia ser. Por certo, estas ingerências, muitas das vezes, ocorrem sem se aperceber que está influindo nos desejos alheios usando, para tanto um esforço exercido com as melhores das boas intenções. Todavia, é possível perceber claramente nos dias de hoje, como certas profissões gozam de um destaque bem acima da média, fazendo a família se encher de muito orgulho e satisfação, em dizer mais ou menos assim: meu filho ou minha filha é médico e, a gente observa que os olhos de tais pais chegam a brilhar mais do que o normal quando se referem aos filhos prodigiosos. E, só para ressaltar o assunto, eu particularmente, certa vez, quando estava numa conversa de vinte minutos de duração mais ou menos, com alguém que era pai de um filho médico, não contei, mas o dito senhor, repetiu espontaneamente, pelo menos mais de dez vezes que o seu filho era médico, tal era a sua satisfação pela conquista de ser pai de um médico. Portanto, é sumamente visível que os pais ficam na verdade muito mais felizes com a conquista do filho do que o próprio. Percebe-se então que eles pais realizaram um sonho deles, não houve, portanto, em nenhum momento desta escalada um diálogo com o filho para saber se estava feliz ou não. Bastou apenas que eles pais estivessem feliz. O mesmo acontece com outras profissões privilegiadas, porém, com um destaque um pouco menos acentuado no cenário social, tais como: meu filho ou filha é engenheiro, meu filho ou filha é advogado, meu filho ou filha é psicólogo e, outras que não são necessárias destacar. Queridos leitores eu sei que no contexto de hoje, todos nós, creio que se perguntado, sem exceções, vamos dizer de boca cheia de que gostaríamos imensamente de ter filhos dentro desta casta relacionada. Portanto, em hipótese alguma estamos tendo a pretensão de diminuir ninguém. Uma vez que o objetivo principal deste texto é apenas mostrar que muita gente, inclusive, destas carreiras nobres que tenha abandonado tudo e dado uma guinada na vida na proporção de 360º. E, começaram de novo outra vez, indo buscar aquilo que seria o seu ideal e que o fazia sentir que era aquilo que queria ser. Alguns podem pensar que o texto divagou em um assunto que aparentemente está tudo certo, ainda mais considerando que discutir profissões destes naipes, seria como discutir o “sexo dos anjos”, ou seja, não importa os caminhos, o mais importante é o sucesso do objetivo alcançado. Para fechar a questão, cremos que em nenhum momento pretendíamos discutir profissões, mas, sim a preservação e o respeito ao livre arbítrio de cada um, sem exceção. Desta forma, numa comparação totalmente esdrúxula, a vida toda de qualquer pessoa, indistintamente, vai acontecer momentos que se dirá silenciosamente, só para si, “não era isso que eu queria”. Este clamor vai acontecer na infância, na juventude, no envelhecimento, enfim vai por aí a fora. Uns terão coragem de dar o grito “Independência já” e, outros dirão mais consolados e acomodados “Dependência, vamos deixar com está, para ver como é que fica”. É como dizia o famoso locutor esportivo, Fiori Giliotti, “fecham-se as cortinas e, termina o espetáculo”.