Pedir sem compromisso, o atendimento pode demorar um pouco mais

Neste penúltimo fim de semana, participamos de um encontro de casais, nas dependências sociais da paróquia de Santa Luiza, onde foram apresentados vários temas predominantemente com referência a família. Uma vez que pela ótica geral das comunidades, a família não vai indo muito bem. E, para contribuir negativamente com isso, existem vários fatores que impedem a harmonia e, a compreensão entre as pessoas. Inclusive, para piorar o ambiente, ficamos ainda a mercê dos desgastes cotidianos, os quais provocam de maneira assustadora uma motivação maior para acelerar o processo de insatisfação e desamor eminentemente presentes. E, nessa onda infinita de muitos obstáculos e, pouca animação para vencê-los, só restam para a maioria de nós, as lamentações usuais feitas nos momentos mais aflitivos. Ou, também naqueles não muitos, porém, já de praxe, onde pedimos a Deus as graças necessárias para nos salvar destas pressupostas penúrias. Todavia, como não poderia ser diferente, queremos sempre uma resposta imediata, ou melhor, queremos ser atendidos na hora. Infelizmente, nestes momentos, sempre nos postamos com o jeitinho de bonzinho para pedir, sem, contundo, ter para isso crédito suficiente com Deus para os atendimentos. E, foi justamente nesta hora, que o padre Márcio Tadeu, com sabedoria própria daqueles que têm de ofício a incumbência de explicar exatamente os caminhos que podem nos levar a Deus. Daí, o sacerdote, usando as leituras do dia, que por sinal, uma delas era palavras do profeta Isaias, que enalteciam a configuração do homem, com o espírito caridoso de Deus. Portanto, todas as ações estavam voltadas a acudir o teu irmão, a saber: “Isaias, 58, 7-10, Assim diz o Senhor: Reparte o pão com o faminto, acolhe em caso os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o e não desprezes a tua carne. Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa, a frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e Ele te atenderá, pedirás socorro e Ele dirá: Eis-me aqui. Se destruíres teus instrumentos de opressão e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa, se acolheres de coração aberto o indigente se prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia.” Desta forma, retomando fica muito claro quando se diz que a hora e o tempo de Deus são completamente diferente do nosso tempo e da nossa hora. Pois, somos acostumados a pedir sem dar nada em troca. No entanto, isto também não quer dizer que devemos fazer sempre uma barganha com Deus. Aliás, muito pelo contrário, uma vez que o Senhor está disponível a todos, indistintamente. Não obstante, quando ele diz através da boca de Isaias, todas aquelas ações que estão a nossa frente e, que na maioria das situações apresentadas, fazemos sempre “vistas grossas”, esquivando-se da responsabilidade de realizá-las. Daí, como também somos, excessivamente, egoísta, comodamente sempre usamos para nossa conveniência, uma mão só de direção, no intuito de obter as graças dos pedidos solicitados, ou seja, pedimos a Deus tudo, porém, sem nenhuma correspondência de nossa parte. Uma vez que, folgadamente, abrimos sempre o nosso leque de reclamações acompanhado dos pedidos. Sendo que, daquelas colocações de Isaias, não temos nenhuma delas no rol de nossas atividades. No entanto, elas poderão com o tempo serem atendidas, mas, convenhamos que só receber sem nada dar, dificulta sobremaneira, o trânsito dos atendimentos. Uma vez que o tempo de Deus é muito diferente do nosso e, lerdamente demoramos em compreender isso. Como um ato final, gostaríamos de aproveitar de forma sintetizada o vaticínio do texto de Isaias, para deleite de todos nós e, fatalmente, se quisermos, carregará de esperança o nosso coração nos outros amanhãs, como segue: “se o nosso coração estiver aberto para as mazelas e lamúrias dos necessitados, certamente, a escuridão de nossas vidas mesquinhas brilhará para o mundo. como se fosse à claridade do sol do meio dia.” Amém.