Existem perguntas que são irrespondíveis

Para dizer a verdade neste final de ano e, princípio deste, fiquei em alguns momentos numa “sinuca de bico”, praticamente sem saída. Vi-me, quando nas rodinhas formadas por amigos e conhecidos para jogar conversa fora e, das que participei, a maioria delas acabava falando sobre a situação caótica de nosso querido Brasil verde e amarelo. E, sempre alguém dali do grupo fazia a fatídica pergunta, a saber: “A coisa está ficando feia e, como é que vamos ficar ou aonde vamos chegar.” E, eu solitariamente, sempre me atrevia a ponderar com uma resposta que não era lacônica, muito pelo contrário, tinha conteúdo de responsabilidade e, de muito pesar. Haja vista que tudo que fosse possível discutir sempre caía no mesmo fosso, pois, era impossível dar uma resposta clara e precisa. Essa minha ladainha é permanente, isto porque, todo o santo dia temos notícias novas com assuntos velhos, por exemplo: “casas populares, construção parada há mais ou menos cinco anos e, o dinheiro designado foi enviado, mas, sumiu. Creches públicas apresentam déficits de unidades na ordem de 70%. Professores fazem greves por melhores salários e acomodações dignas. Recursos humanos pedem agilização de indenizações de famílias de presidiários, enquanto, trabalhadores mendigam seus direitos nas portas dos INSS da vida. Planos de saúde falem no decorrer de uma vida e, beneficiários ficam a ver navios, sem que ninguém interpele tal situação. Sistemas falidos, principalmente aqueles que dizem respeito à segurança, cujas rebeliões recentes estão aflorando a cada momento. E, como estamos vendo, a impotência é de se pasmar, inclusive, neste caso também foi noticiado que dinheiro destinado para amenizar tal finalidade, sumiu. E, quanto aos hóspedes do Lava a Jato, continuam dando prejuízos para o estado, porém, com frágil representação, uma vez que as leis existentes protegem muito os marginais. Só a título de informação, o cidadão último ex-presidente da Câmara Federal, demorou muito para ser mandado embora, exatamente dezesseis meses. Acontece que, como o distinto entre todas as benesses que o seu cargo lhe conferia ganhava valores consideráveis. Cujos quais, durante esta pendenga judicial que se armou, proporcionaram despesas altíssimas para a nação, sangrando-a mais uma vez. Também só para carregar mais  os pesadelos, no início deste ano, um dos jornais televisivos, apresentando um noticiário sobre obras públicas inacabadas, mostrou centenas delas paralisadas, justamente, quase no centro da cidade  do Recife/PE. Ao mesmo tempo, mostrou também milhares de casebres construídos em pala fitas, no meio das águas de um rio imundo, milhares de famílias ali e, vendo bem a frente de seus olhos, os possíveis apartamentos que começaram a ser construídos com a finalidade de tirá-los daquela vida miserável em que estão vivendo. E, propositalmente, o repórter entrevistou uma senhora que chorando, lamentou a sua vida miserável e a dos filhos menores e, ela disse: “o candidato anterior à prefeito disse que seria para ele a primeira coisa que iria fazer, terminar a construção das moradias e, todos votaram nele, o homem saiu e não fez nada. O outro que vai entrar também disse a mesma coisa, a gente votou e ele ganhou, mas, a gente está muito desconfiada. Porém. não temos nada e a única coisa é continuar acreditando neles, quem sabe um dia sonho possa se realizar, só Deus sabe.”   Depois, desde desfile das calamidades existentes, diga-se de passagem, existem muitas e muitas outras, sem condições de descrevê-las todas. No entanto, é possível afirmar que realmente nos é muito difícil responder qualquer pergunta referente a este emaranhado de falcatruas. Inclusive, fica aqui um desafio, quem seria capaz de vislumbrar alguma luz no fim do túnel, referente a situação em que nos encontramos? Acredito, piamente, que ninguém se atreveria a achar uma fórmula mágica, isto porque, tudo que discutirmos ou falarmos do que poderia ser feito, assim, ou assado, vai acabar na mesma de sempre, ou seja, em nada. No entanto, existem alguns remédios, a Reforma Política é um deles,  embora, a votação consciente e maiúscula, continue sendo o melhor remédio. Todavia, não se sabe porque durante as eleições parece-nos que o povo é possuído por um estado letárgico mental e, se esquece  de tudo de mal que a maioria dos políticos fazem e, tornam a votar nos mesmos. Depois, destas pequenas colocações digam-me queridos leitores, é possível, responder a pergunta se o Brasil vai melhorar ou não? Pensem.