Somos diferentes

Dia destes estava eu discutindo com uma pessoa amiga, e de repente percebemos que estávamos alterando o tom de voz, devido a um assunto controverso. Segundo a filosofia do mundo, Deus nos fez diferente, apenas, nos fez semelhantes e, é aí que se encontra uma das divindades da criação. Já pensaram que horror seria se fôssemos iguais, aliás, ia ser chato demais. Temos vontade própria, não somos teleguiados, embora, muitos o são, porém, cada um escolhe o seu caminho. Todavia, devido o nosso discernimento quando percebemos que estamos caminhando em rota estranha, sabemos, ser possível, fazer-se uma conversão em busca do caminho certo. Esta colocação se faz necessária, haja vista, que é bastante comum a gente querer exigir do outro aquilo que ele não é. Por conta disto, na maioria das vezes, queremos que o outro seja exatamente como somos, desrespeitando assim, a individualidade característica própria de cada um. E, conseqüentemente, além de não respeitar o outro como ele é, estamos de certa forma transgredindo a vontade divina, pois como todos já sabemos Deus nos fez diferentes, nos fez apenas semelhantes. Para tanto, em foco desse estrabismo mental, sempre estará entre nós e os outros, um ponto de vista diferente, aonde, certamente, reinará desavença e desunião. A saber, podemos citar que em relacionamentos mais estreitos, eles acabam se desfazendo quando por um motivo as vezes banal, de que está faltando alguma coisa no outro. Normalmente, é sempre aquela sensação um tanto quanto esquisita de que há um vazio dentro de nós. Mas, infalivelmente a reclamação é sempre a mesma, onde ambas as partes se indagam e chegam a infeliz conclusão de que “ele é mal humorado” ou “ela não é parceira, não gosta de sair”. Vejam que é simples assim, casais encontram “sérios” motivos para não ficarem juntos e, separam, normalmente, por uma banalidade. É uma neurose sem explicação. Por sinal, a vida toda buscamos uma ou um companheiro para dividir tudo, principalmente, os sentimentos e, quando encontramos não nos contentamos e, por pura leviandade os descartamos. Pois, pela nossa viva ignorância, estamos sempre vendo no outro a perfeição, que por sinal, ninguém tem. É fato, porém, sabemos que muitos relacionamentos se desfazem. Contudo, antes do desenlace, é necessário, primeiro de tudo ter um comportamento maduro. Para depois se colocar antes do rompimento, todas as querelas numa balança e, pesar com precisão. E, após, tentar descobrir qual o motivo que provoca tal aversão, para um ou para o outro. Pode ser que Deus ilumine este momento e, se descubra que tudo não passa de um capricho. Ajustado os ponteiros, após isso se pode crescer e solidificar o que será bom para os dois. Porquanto, querer que alguém seja igual a você é ilusão, aliás, este é em verdade um ponto de vista estrábico.  No mais, faz parte da existência humana saber que ninguém é perfeito e, dentro desta filosofia universal, temos a constatação deliciosa de sentir que é isso que faz a vida ser uma eterna surpresa.