Uma de minhas preocupações ao longo do tempo, sempre foi sobre a nova geração de pessoas que vai surgindo para ocupar o espaço dos que já fizeram a suas partes. Todavia, já em outras ocasiões citamos e fizemos paralelo de comparação sobre a educação de hoje e de ontem, cujo resultado não foi nada animador. Haja vista, que o comportamento apresentado atualmente pelos mais novos deixa muito a desejar, considerando que a falta de limites tem sido a tônica principal das atitudes. Dificilmente esta geração consegue praticar uma educação calcada nos alicerces estruturais dos comandos regrados por um amor exigente. Por oportuno, em leitura a alguns comentários feitos pelo psicoterapeuta Leo Fraiman onde ele faz ressalvas sobre a inversão dos papéis na educação e na formação do comportamento dos filhos. Nos pontos observados ele coloca mais em evidência os adolescentes, uma vez que é aí que desponta na ótica dele os disparates cometidos pelos pais, que coroa todas as ações dos filhos como destaque de obras primas. E, foi numa dessas visões de atitudes, que destacamos algumas frases com cunho muito pesados ditas pelo mencionado psicoterapeuta, a saber: “O problema em gerar uma cultura em que o melhor é agir como um adolescente é comunicar ao adolescente que ele é o rei do universo e, que crescer é uma porcaria”. Diante desta verdade inconteste é fácil observar que certos comportamentos de pais iludidos com o tempo e, totalmente alienados da posição real que ocupam, começam inadvertidamente fazer disputas inimagináveis com os próprios filhos. Às vezes as referidas disputas entram furtivamente no campo das vaidades pessoais, onde pais e mães começam a se vestir como adolescentes e, fazendo mil outras coisas para entrar no meio deles e, equivocadamente querendo ser um deles. E é exatamente neste momento que a coisa começar a pegar, uma vez que pais transvestidos na aparência e nas idênticas atitudes dos adolescentes, com certeza, farão as mesmas coisas que o meio exige. Em assim procedendo deixarão de praticar o seu objetivo fundamental de pais responsáveis pela formação e educação. Em vista disso, é certo que o caos reinará absoluto neste ambiente, sem dono e sem controle. E, só para ilustrar, recentemente, na rua ouvi um comentário de um amigo, onde ele dizia que um professor em sala de aula, chamou a atenção de uma menina de uns quinze anos, pois a mesma estava falando ao celular. Chegando a casa a mesma contou o fato a sua mãe, a qual ficou irritadíssima com o mestre e, sem pestanejar foi a Delegacia de Polícia fazer uma ocorrência, alegando que o professor havia humilhado sua filha diante dos demais colegas. Não precisamos continuar, mas, pela narração do fato, vemos claramente que a mãe não agiu como mãe, mas sim como a própria adolescente, pois naquele momento a mãe estava encarnada na própria figura da filha. Em contra partida, convém destacar mais uma frase importante do famoso psicoterapeuta citado inicialmente, onde ele diz: “O pai participativo é aquele que equilibra afeto e firmeza. Sabe dar carinho, elogio e afago, mas ao mesmo tempo sabe manter a palavra e não cai na chantagem emocional do filho”. O melhor destaque desta colocação profissional é a palavra “participativo”, pois, quando o filho sente a presença participativa e constante do pai, principalmente nas horas aflitivas, as considerações sobre os ensinamentos e, as vezes, pelas posições contrárias dadas pelo pai, são facilmente bem aceitas. Ao passo que quando há uma distância considerável por um longo período, todas as ordens ou conselhos emanados, são sintomaticamente rejeitados, uma vez que a comunicação parece estar sendo feita por dois estranhos, aí fica difícil. Sintetizando todo esse emaranhado de comportamentos, achamos convincente citar como apoteose do assunto, mais uma frase importante do famoso psicoterapeuta que diz “Não são os adolescentes que não têm limites, são os pais”. E, agora José, como fica?