Pode parecer uma frase sem muito sentido esta que empresta o título do artigo desta semana. Porém, é fato que quando se tem uma postura exemplar o reflexo é imediato, principalmente quando auxilia na modulação da caminhada de outras pessoas. Diante desta realidade é humanamente impossível que alguém desprovido destes quesitos possa ser espelho ou por outro lado possa emprestar o seu perfil para servir de modelo para alguém? Vendo o quadro deste prisma, pode nos parecer realmente óbvio, pois, como uma pessoa pode dar aquilo que não tem! Ora bolas, só nos faltava esta, pois, de fato é quase que impossível operacionalizar esta equação. Todavia, há possibilidade de isto acontecer se levarmos a conversa para a esfera das coisas subjetivas. Na verdade, quando falamos de coisas abstratas, porém, de real positividade, daí é possível dar-se conta de que se você não tem amor, como é que poderia dá-lo a alguém? Se não se tem caridade, como é que se pode praticá-la com alguém? Se não se tem caráter, com é que se pode exigir-se isso de alguém? Se não se tem dignidade como é que pode achar que outro deve ter? Se não se tem compreensão como é que pode exigir de outro tal sentimento? Se não se tem paciência como se pode pedir a terceiros a reciprocidade? Daí vai um rosário de atitudes, das quais sempre estamos clamando e na verdade nos faltam tais exigências para harmonizar os sentimentos numa troca recíproca de amenidades. Por outro lado, estamos sempre só exigindo coisas dos outros, numa perfeita mão única de direção, ou seja, “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”. Isto nos torna rudes, brutos e mesquinhos, pois, pelo simples fato de não sermos exemplos já nos impede de modelar o próximo para que seja aquilo que realmente não somos. Aliás, o que mais nos entristece é que considerando a nossa fraqueza humana estamos à mercê das mazelas da natureza, tais como: ódio, inveja, ciúmes, intolerância e de toda sorte de atos pecaminosos. Uma vez o que mais nos incomoda é quando visivelmente vemos alguém de vida pregressa não muito recomendável se dar ao luxo de subir no púlpito de sua imaginação arrogante e começar querer dar lição de moral, como se fosse cândido o suficiente a ponto de ter autoridade para dá-la. Uma lição dessa espécie tende certamente a produzir efeitos antagônicos dos quais pretendidos, haja vista que não há ali frutos produtivos para saciar a fome do aprendizado oferecido. Assim sendo, não nos parece ético e, nem correto que alguém que a olhos vistos carrega uma carga enorme de defeitos e, ou, mau comportamento, se disponha descaradamente a querer dar lição de moral aos outros. Esta postura sem dúvida alguma é própria das pessoas desprovidas do mínimo sequer de personalidade. Por outro lado, considerando que somos seres imperfeitos, temos as nossas diferenças destacadas ou, simplesmente camuflamadas, portanto, lindo se faz quando as reconhecemos e, nos colocamos disponíveis para corrigi-las não importa o preço que se tenha que pagar. É bastante comum ouvir-se de determinadas pessoas a expressão eu gostaria de ser como sicrano, ou melhor, quando crescer eu quero ser como meu pai ou, como uma outra pessoa qualquer que lhe sirva de modelo. Isto ocorre porque de fato é o espelho de quem é bom exemplo que norteia a escolha de quem venera e adora o ídolo. Independente de tudo isso e, considerando o mundo de impunidade em que vivemos, no qual aparentemente as pessoas lesivas a sociedade são as que levam as vantagens. Porem, não podemos nos enfraquecer diante desta realidade, pois, de fato ser bom exemplo é muito mais difícil. Mas, podes crê, compensa, aos olhos de Deus.